ENTRE CAMPOS... UM OLHAR... UM CAMINHO

domingo, 11 de julho de 2010

Terminou o mundial. Que persista a festa do futebol


Parabéns a Espanha que se sagrou, hoje, campeã do mundo.
Numa final que não proporcionou um grande espectáculo de futebol bem jogado - e não tinha que proporcionar porque se decidia, num jogo, um campeonato do mundo - podemos ver um jogo emocionalmente intenso, com duas equipas muito concentradas e tacticamente equilibradas. Como se previa, foi a Holanda que conseguiu criar mais dificuldades à Espanha. Mas obviamente que pudemos assistir a um jogo com grande interesse.

Para além da final, fica sobretudo um Mundial na África do Sul. Como em todos os mundiais, fico com uma certa tristeza quando esta competição termina. Foram muitos jogos de futebol e um calendário dos mesmos que nas últimas semanas me condicionou um pouco o quotidiano.

Nesta final, não consigo deixar de olhar para um mundial como um belo exemplo de encontro de países num palco desportivo. É neste, através das cores nacionais e dos hinos, que por vezes melhor se emblematiza uma nação e se concretiza também, da forma mais intensa, um sentimento de pertença à mesma. Na tensão do jogo que decorre do seu carácter agonístico, os adeptos unem-se, qual «comunidade imaginada», no apoio aos que representam a nação no relvado.

Mas apesar do antagonismo inerente ao jogo, é importante sublinhar que este não deixa também de se constituir num elemento universal da cultura humana; quase talvez uma «linguagem» que todo o mundo entende. Apesar das diferenças, há um jogo que a todos une. Por isso realço o simbolismo que esta congregação de nações poderá assumir na África do Sul, onde se espera também que, apesar das diferenças, prevaleça o Homem. É esta a lição de Mandela. Por tudo o que ele representa para a nação e para o mundo, foi bonito vê-lo presente no local onde outrora discursou.

Sei bem que o futebol, qual deus janus, contém, in nuce, o que há de melhor e do pior. Mas este é o momento para mostrar a sua humanidade e a sua universalidade. Viva o futebol.

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