ENTRE CAMPOS... UM OLHAR... UM CAMINHO

quinta-feira, 24 de junho de 2010

QUE PORTUGAL VENÇA POR NÓS


No programa que a RTP N transmite todas as noites sobre o campeonato do mundo pude ouvir hoje o Professor Júlio Machado Vaz, a propósito dos resultados desportivos de Portugal, a evocar - e digo agora eu - a euforia de vitória que não cabe em nós e a depressão da derrota muito associada a uma idealização negativa de Portugal.

A selecção nacional de futebol é, na actualidade, uma das formas mais notórias de emblematização do país, visível pela exibição e exaltação da sua bandeira, das suas cores e do seu hino. Em torno de um jogo de futebol, e na unidade de espaço e/ou tempo que configura um evento emocional, milhares de pessoas, com as suas histórias e dramas pessoais, congregam-se no apoio a uma causa comum.

Na verdade, dos jogos emergem vencedores e vencidos, com a consequente hierarquia simbólica que isso proporciona. Todavia, o futebol é bem mais que um simples jogo. Qualquer equipa insere-se num contexto histórico, político e social, emblematizando identidades locais, regionais, empresariais e, no caso concreto das selecções, identidades nacionais.

E são nestas que nos revemos e pertencemos. Desejar a vitória do nosso país é, por isso, desejar também a nossa vitória. Há, por isso, uma identificação projectiva quando desejamos a vitória do nosso país. A Psicologia salientou o efeito Basking in reflected glory. Este reporta-se à tendência das pessoas em procurar evidenciar a sua ligação, pertença e associação ao sucesso e, consequentemente, às equipas vencedoras. Assim se compreende que o resultado obtido frente à Coreia do Norte tenha proporcionado aos portugueses um orgulho de Portugalidade que, em alguns, sonha mesmo golear o Brasil.

E assim, qual pêndulo que num movimento rapidamente oscilante passa de um extremo ao outro, se remete para a gaveta do esquecimento contingente o rol de críticas (voltarão quando Portugal perder) que muitos, sem evidente conhecimento para tal, zurziram contra a selecção portuguesa, colocando em causa, a meu ver injustamente, o trabalho de muitos. Estou convencido de que encontramos aqui o contrário ao que anteriormente referi, tendo também a Psicologia classificado este como sendo o efeito Cutting off reflected glory. Como estratégia de diferenciação e afastamento da derrota e do consequente insucesso, os que outrora gritavam as glórias futuras da selecção portuguesa, optarão por preservar a sua imagem social dissociando-se da equipa portuguesa através da depreciação.
Assim sendo, quando Portugal ganha, sentimos também que a vitória é nossa e que contribuímos para a mesma com o nosso apoio. Pelo menos temos essa ilusão. Ao invés, não conseguimos «viver» a derrota sem «morrer um pouco»...

Olhando para este grande ritual que celebra e exalta um sentimento de pertença, estou plenamente convicto de que, para além da contingência de um resultado de um jogo, deve prevalecer o afecto presente na interacção com outros portugueses que perfilham o mesmo desejo de vitória e as mesmas emoções, num reforço, pelo espectáculo futebolístico, de uma comunidade imaginada que, pela diáspora, não tem fronteiras e partilha uma mesma língua e uma memória colectiva.

Pena é que esta intensa solidariedade emocional e afectiva esteja tão esquecida num quotidiano em que a desigualdade e injustiça social faz muitos vencidos... e sempre os mesmos vencedores.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A VERDADE DA SELECÇÃO PORTUGUESA


Está feito o primeiro jogo de Portugal no campeonato do mundo da África do Sul e a «verdade do relvado» imperou. Como eu esperava.

E assim esvaziou-se em muitos o balão de uma euforia que, a meu ver, não decorre de nenhum dado muito consistente e com alguma objectividade que a possa suportar. Todos sabemos que a selecção portuguesa é composta por jogadores de nível mundial. Alguns deles competem mesmo nos melhores campeonatos do mundo. Porém, se é certo que nos jogos de preparação a selecção portuguesa relevou alguma evolução, também não parece ser menos verdade que não se tornou patente um colectivo suficientemente coordenado para nos dar a garantia de um bom desempenho da equipa portuguesa enquanto tal. E jogadores de grande nível também os tem a Costa do Marfim. Todos eles jogam em países estrangeiros e alguns deles nos grandes clubes europeus.

Tal euforia existe porque se criou um folclore em torno da selecção portuguesa que tem sido promovido até à náusea pelas televisões, com entrevistas a muitas pessoas. Muitas limitam-se apenas a ditar a ilusória sentença da vitória de Portugal, alvitrando, logo de seguida, os mais variados e inúteis palpites quanto ao resultado do jogo e aos marcadores dos golos.

Por mim, continuo a perfilhar a posição que todos atribuem a João Pinto (ex-capitão do Futebol Clube do Porto), mas que anteriormente tinha já sido enunciada por Churchill, e que todos conhecem; ou seja; prognósticos só no fim do jogo.

Com todo este folclore, para além das televisões conseguirem as desejadas audiências que visam captar a tão necessária publicidade, insuficiente para manter tantos canais, enche-se o balão da euforia, apenas porque sim, ou então porque esta alimenta e exalta um estado de alma de que os portugueses tanto necessitam nestes tempos cinzentos.

O jogo trouxe-nos a verdade. A Costa do Marfim, afinal, não era a equipa fraca que muitos esperavam; mas que aqueles que vêm futebol com regularidade sabiam não ser. A qualidade dos jogadores marfinenses foi potenciada com a construção de uma equipa por parte do seu competente treinador Erikson. E foi como equipa que a Costa do Marfim se opôs ao futebol português. Com as linhas bem juntas e «encurtando» o campo, desapareceu o espaço para a técnica e criatividade dos jogadores portugueses. Para além disso, sobre Deco e Ronaldo houve uma vigilância apertada sempre que os mesmos recebiam a bola, o que criou ainda mais dificuldades ao jogo português. Portugal não teve engenho, arte e criatividade (a falta de Nani) para ultrapassar as dificuldades criadas pela equipa adversária.

Outra verdade reside no facto de a equipa portuguesa, por sua vez, não ter também conferido grandes veleidades ao ataque da equipa adversária. O baixíssimo número de remates à baliza, bem como a percentagem de posse de bola equitativamente repartida em 50%/50%, demonstram claramente que assistimos a um jogo de soma nula, que neste caso concreto assume mesmo um sentido literal, denotativo. Assim sendo, foi feliz o título do jornal francês L'Equipe. Para este, o medo de perder não deixou ganhar.

Não vou pelo discurso dos milhares de treinadores de bancada que acertam sempre na táctica à segunda-feira. São os treinadores das equipas que conhecem melhor os jogadores e o seu estado de forma. São eles que, na verdade, sabem mais de futebol - por conhecimento efectivo e por prática prfissional - e discutem-no a um nível muito superior a todos nós, inclusive comentadores.

Já ouvi muitas opiniões, até sobre a necessidade de Portugal ter arriscado mais para ganhar o jogo. Compreendo, mas talvez agora estivesse aqui a lamentar uma derrota. O que é facto é que, na segunda parte, o jogo ganhou uma nova dinâmica e uma velocidade crescente. Curiosamente, foi nesta fase que Portugal correu mais riscos e que a Costa do Marfim chegou com mais perigo à baliza de Eduardo. Cheguei mesmo a temer que o jogo ficasse «partido» e então a rapidez e a força da equipa africana poderia ter sido letal.

Sei que fica um sabor amargo a «ferro». O remate de Cristiano Ronaldo poderia mudar tudo. Mas a verdade é que um remate ao poste, como diria o Mestre Pedroto, é um mau remate. Em caso algum pode entrar na baliza, mesmo que esta não tenha guarda-redes, porque não leva a direcção certa. É o menos mau de todos os remates falhados.

Não ganhamos. Mas contra aquela que será talvez a equipa que concorrerá com Portugal por um dos lugares do apuramento, perder seria o fim. E o calendário de jogos até nos poderá favorecer. Mas isso veremos...

Da mesma forma que não entrei em euforias delirantes, não entro agora na letargia depressiva da esperança perdida, quando tudo é ainda possível e os sonhos que o futebol nos proporciona ainda permanecem. Por isso nos apaixonamos por ele.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PELO FUTEBOL



A transcrição de uma notícia do jornal «A Bola» que apresentei nas últimas entradas do meu blogue em nada concorre para a promoção deste jogo maravilhoso que é o futebol e tenho plena consciência disso. Mas como ficou claramente explícito, as mesmas tiveram apenas o objectivo de evidenciar quão pueris são os moralistas de pacotilha que se apressam a apontar supostas práticas corruptas, amorais e indignas, sendo, portanto, as mesmas passíveis de configurar e monumentalizar no adversário vitorioso o supremo opróbrio.

Pena é que tal solicitude em ver o argueiro no olho do outro tem impedido muitos, durante vários anos, de ver a trave que persiste nas suas vistas, curtas. Ou será que estarei enganado e é mesmo uma questão de incapacidade? Às vezes desconfio até que estaremos perante um signo a ser interpretado na ordem do sintoma perante a frustração. Mas eles continuam, no seu delírio de virtude pública, mas vício privado, a mostrarem-se como sepúlcros caiados. Mas esses são a espuma dos dias que desaparece com a torrente da história.

Parafraseando um verso de Miguel Torga, sei que o futebol reproduz o bom e o mau que vão ao leme da nau nesta deriva em que vamos, hoje, no mundo actual. No entanto, o campeonato do mundo que agora decorre é o expoente máximo deste jogo como linguagem universal. E o acto lúdico, como demonstrou Huizinga, é verdadeiramente fundador da cultura, da sociedade, em suma, da condição humana.

É a beleza do futebol que me apaixona. A dimensão socio-cultural e política deste jogo que se dá agora em espectáculo numa manifestação universal que congrega em torno de uma bola o relativismo de diferentes nacionalidades, línguas, credos, riquezas, enfim, de diferentes culturas e sociedades, será, pois, tema dos meus próximos pensamentos aqui no meu blogue.

Espero que se perceba ao menos que o futebol não são vinte e dois malucos atrás de uma bola. Confesso que quando ouço essa frase fico a pensar no epíteto mais adequado para aquelas que, mesmo a olhar para um jogo e futebol, não conseguem perceber que nele não andam vinte e dois jogadores a correr atrás da bola, mas sim duas equipas compostas por onze jogadores que procuram, cooperando, fazer chegar a bola a um determinado objectivo.

Já agora, que epíteto recomendam?


sábado, 5 de junho de 2010

AS MULHERES QUE AMARAM MR. KING

(Continuação)

Em 1992, Mr. King regressa a Portugal para dirigir o Benfica-Sparta de Praga. Eis as suas afirmações:

«O valor dos presentes que me enviaram excedeu em muito o limite de 40 libras [cerca de 10 contos] a que estamos autorizados. Fui almoçar com o delegado da UEFA e esse encontro, que era, simultaneamente, o Presidente do Comité de Arbitragem da UEFA, que ao ver as prendas que eu recebera disse imediatamente: Claro que concordei, mas a arbitragem do dia seguinte não deu margem para reparos. Não lhes falei, no entanto, na rapariga que esteve comigo na noite anterior. Ela não me pediu dinheiro e eu, como é natural, nada lhe ofereci.»

Os italianos, de acordo com Howard King, são bem conhecidos pelo seu hábito de rodear os árbitros de atenções. Alguns pormenores em redor do Juventus-Liege de 1991:

«Sabia que a Juventus estava ameaçada de expulsão das talas europeias devido às suas atitudes generosas para com os árbitros. E foi em Itália que esteve próxima a ocasião de receber uma oferta e dinheiro. Fui abordado por alguém que segundo me pareceu, nada tinha a ver com o clube italiano. falou-me da importância do jogo e dos valores que estavam envolvidos numa competição de tal nível. Indicou-me que poderia haver muito dinheiro para mim. Mas jamais viveria em paz comigo se aceitasse a oferta que me foi sugerida. Ele, contrariado, disse: <> Concordei, até porque sei que um colega inglês foi compensado com uma ville e determinada soma em dinheiro depois de uma eliminatória resolvida à custa de decisões controversas»

A entrevista de Howard King ao News of the World não escapou à atenção das organizações que dirigem o futebol. O jornal em questão já fez a entrega de diversos elementos como prova daqquilo que Mr. King declarou. Tanto a FIFA, como a UEFA, parecem preparadas para realizar investigações profundas quanto ao mundo viciado das ofertas de serviços femininos, prática habitual segundo King, entre os principais clubes europeus.

AS MULHERES QUE AMARAM MR. KING

(continuação)

«O corpo dela era belíssimo!, a saia era curta, vi que usava calcinhas brancas e cintos-de-ligas. Quando chegámos ao hotel abraçou-me gentilmente e começámos a despir-nos E disse-me enquanto fazia carícias nos ouvidos: Sabia perfeitamente que eu seria o árbitro do encontro do da seguinte.»

Alexander mostra-se estupefacto, mas o árbitro acrescenta:

«Passámos uma grande noite! Era meu hábito deitar-me pelo menos três horas antes dos jogos importantes e nesse dia, garanto-lhe, essas três horas foram absolutamente essenciais. E não me ofereceram só a rapariga, tive prendas em quantidade!»

Isto foi em 1984. O Sporting venceu por 2-0. O árbitro inglês jura a pés juntos que não favoreceu nenhum dos clubes intervenientes. Disse ainda que, depois do jogo, um delegado do D. Minsk entrou na cabina para entregar-lhe um presente mas encontrou-o abraçado a um antigo amigo português, um dirigente federativo. «As coisas em Lisboa eram boas em demasia!» E a entrevista do News of the World ganha um estilo sensacionalista:

«A UEFA sabe perfeitamente o que se passa quanto a hospitalidades de quarto de cama mas nada faz para o impedir. Enviaram-me prostitutas em quase todos os países que arbitrei: na Rússia, Alemanha, Portugal, Holanda, Espanha e Dinamarca. Entre 1983 e 1993 arbitrei jogos que envolviam clubes como Barcelona, Benfica, Sporting, Ajax, PSV, Hamburgo ou Bayern. Mandaram-me mulheres para os quartos em, pelo menos, 12 ou 15 ocasiões. Tratava-se de raparigas na casa dos 20 anos, quase sempre belas figuras. Não se comportavam directamente como subornadoras mas sabiam muito bem o papel que estavam a representar e, invariavelmente, diziam saber quem eu era. Isto fazia parte de um método que os clubes utilizam na esperança de ganhar vantagem e influência.»

Para já, ingleses de fora...

Cuidadosamente, Mr. King salientou que nunca se confrontou com situações similares sempre que arbitrava jogos entre ingleses. E, ironicamente, chegou a exclamar: «Para conseguir uma chávena de chá já era difícil convencê-los!» Mas volta à carga:

«A chuva de presentes no continente é constante! Recebemos, às vezes, presentes fabulosos; cristais, marchandising, coisas no valor de milhares de libras.»

Howard King, cuja carreira terminou em 1994 devido a uma doença e a uma lesão no joelho, arbitrou mais de 500 jogos, dos quais mais de 20 confrontos internacionais. Pelos vistos o seu fraco são as mulheres, como e confirma:

«Nunca disse não a qualquer oferta de mulheres. Adorava que se mostrassem dispostas a todos os favores. Mas não era o único árbitro a receber mulheres. A primeira vez que me ofereceram uma prostituta foi na Bélgica, onde estive em 1983 para um jogo da Taça UEFA. O meu acompanhante, um antigo árbitro da FIFA, sabia como se faziam as coisas. Levou-me a um lugar do outro lado da fronteira com a Holanda, e não teve problemas em oferecer-me a possibilidade de diversões leves.»

Designado para arbitragem de um jogo de qualificação para o Europeu entre a Rússia e a Noruega, Mr. King encontrou em Moscovo a sua mulher fatal.

«Chamava-se Tânia. Durante o banquete, na véspera do jogo, o meu fiscal de linha, Michael, dava-me caneladas constantemente e segredava: Tânia não sabia uma única palavra de inglês. Levou-me para o seu apartamento e passei uma hora de valor fantástico.»

No dia seguinte a Rússia venceu por 4-0. Mas não precisou de favores do árbitro. A verdade é que , com favores ou sem eles, com Mr. King as equipas da casa venciam sempre.

Entra o Benfica!

(CONTINUA)




AS MULHERES QUE AMARAM MR. KING

Jornal «A Bola» 28 de Novembro de 1995

Londres - A entrevista publicada no jornal dominical inglês News of the World com o ex-árbitro internacional Howard King, porque envolve o nome de dois dos maiores clubes portugueses, entre outros países diversos, é um texto do mais estranho carácter e merece ser observado com alguma atenção. Sabemos que o jornal em questão é dos mais oportunistas deste país; o seu sensacionalismo e a natureza do material de que faz uso tem-lhe roubado respeitabilidade ao longo dos anos, mas até agora ninguém saiu a terreiro com qualquer desmentido quanto às acusações publicadas.
Howard King, com 49 anos, era um árbitro de categoria. Costumava ser designado para os grandes choques entre os mais importantes clubes ingleses e entre os principais da Europa nas competições da UEFA. A sua primeira declaração ao referido semanário é esta:
«Quando precisava de uma rapariga dirigia-me a intermediários dos representantes do clube que me parecia mais vulnerável e dizia-lhes: »
Esclarecedor não é?
«Temos de vencer amanhã, Mr. King!»
Estas exigências, segundo Mr. King revelou ao News of the World, só tinham lugar quando os jogos que ia arbitrar envolviam clubes do continente. Uma das mais escandalosas propostas q recebeu verificou-se em Lisboa, antes de um importante encontro entre o Sporting e o D. Minsk. Confessa King:
«Nessa noite levaram-me a um clube, em Lisboa, onde se encontravam muitas raparigas das mais belas e bonitas. O fulano que me acompanhava disse: Respondi que não compreendia o que aquilo significava, mas ele esclareceu: E eu, claro! Escolhi uma loira, alta, a mais bela mulher que vi em toda a minha vida.»
E prossegue, deste modo mais erótico, as declarações a Peter Alexander, jornalista do semanário britânico.
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Curiosos? Não percam a continuação...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A FRUTA DO MR. KING

Motivo pessoal muito ponderoso e absolutamente prioritário em relação a tudo afastou-me durante longo tempo deste meu espaço virtual.

Volto hoje para dar continuidade ao texto que iniciei na última entrada, uma vez que as razões que me levaram a escrevê-lo são, ainda hoje, pertinentes, pois muitos são aqueles que continuam a saga de estigmatizar, diminuir, desprestigiar e depreciar os longos anos de vitórias do Futebol Clube do Porto. Servem-se, para tal, de escutas devidamente «trabalhadas» - porque muito diferentes das verdadeiras e completas escutas transcritas nas decisões judiciais - que entretanto foram tornadas públicas das mais variadas formas, sendo as mesmas profusamente comentadas pelos mais diversos opinadores.

Todavia, as decisões proferidas por juízes de Direito, com a força da argumentação e do raciocínio lógico, destruíram, parece-me ate com alguma ironia, as acusações «elaboradas».

Mas parece que tal não foi suficiente. A justiça, em que todos acreditavam no princípio do pocesso e depositavam grandes esperanças, agora já não presta; apenas porque não decidiu em função do que se pretendia. Por isso, ainda hoje, há quem continue a tentar «sarar» as suas frustrações com a constante alusão à «fruta», como se houvesse uma superioridade moral e ética na conquista de títulos desportivos de outros em relação ao Futebol Clube do Porto.

Assim sendo, limito-me a publicar uma notícia publicada no jornal «A Bola» de 28 de Novembro de 1995. Sei que são muitos anos e a memória é curta.

Creio que, no final da transcrição que farei, talvez alguns venham a pensar: «A cada um a sua fruta... Cada um nos seus pomares.»

Aproveito para repetir a primeira frase da notícia, se tal não for muito incómodo...

UM EX-ÁRBITRO INTERNACIONAL FALOU ABERTAMENTE DA OFERTA DE PROSTITUTAS POR CLUBES EUROPEUS, ENTRE OS QUAIS SPORTING E BENFICA