ENTRE CAMPOS... UM OLHAR... UM CAMINHO

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PELO FUTEBOL



A transcrição de uma notícia do jornal «A Bola» que apresentei nas últimas entradas do meu blogue em nada concorre para a promoção deste jogo maravilhoso que é o futebol e tenho plena consciência disso. Mas como ficou claramente explícito, as mesmas tiveram apenas o objectivo de evidenciar quão pueris são os moralistas de pacotilha que se apressam a apontar supostas práticas corruptas, amorais e indignas, sendo, portanto, as mesmas passíveis de configurar e monumentalizar no adversário vitorioso o supremo opróbrio.

Pena é que tal solicitude em ver o argueiro no olho do outro tem impedido muitos, durante vários anos, de ver a trave que persiste nas suas vistas, curtas. Ou será que estarei enganado e é mesmo uma questão de incapacidade? Às vezes desconfio até que estaremos perante um signo a ser interpretado na ordem do sintoma perante a frustração. Mas eles continuam, no seu delírio de virtude pública, mas vício privado, a mostrarem-se como sepúlcros caiados. Mas esses são a espuma dos dias que desaparece com a torrente da história.

Parafraseando um verso de Miguel Torga, sei que o futebol reproduz o bom e o mau que vão ao leme da nau nesta deriva em que vamos, hoje, no mundo actual. No entanto, o campeonato do mundo que agora decorre é o expoente máximo deste jogo como linguagem universal. E o acto lúdico, como demonstrou Huizinga, é verdadeiramente fundador da cultura, da sociedade, em suma, da condição humana.

É a beleza do futebol que me apaixona. A dimensão socio-cultural e política deste jogo que se dá agora em espectáculo numa manifestação universal que congrega em torno de uma bola o relativismo de diferentes nacionalidades, línguas, credos, riquezas, enfim, de diferentes culturas e sociedades, será, pois, tema dos meus próximos pensamentos aqui no meu blogue.

Espero que se perceba ao menos que o futebol não são vinte e dois malucos atrás de uma bola. Confesso que quando ouço essa frase fico a pensar no epíteto mais adequado para aquelas que, mesmo a olhar para um jogo e futebol, não conseguem perceber que nele não andam vinte e dois jogadores a correr atrás da bola, mas sim duas equipas compostas por onze jogadores que procuram, cooperando, fazer chegar a bola a um determinado objectivo.

Já agora, que epíteto recomendam?


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