Regressei à cidade do Porto.
É sempre aquela sensação de «entrar em casa». Guardo em mim a imagem da entrada na cidade pela Ponte da Arrábida. Temos à direita a nova e a velha cidade. À esquerda a Foz, o mar e a Afurada.
Perante este belo «quadro», recordo sempre as palavras do saudoso poeta David Mourão Ferreira quando, sobre outra cidade, escreveu: «Dela por vezes me evado, mas sempre a ela regresso. Bem sei eu que não desato os cordões com que me aperta.»
Este é também o meu sentimento no regresso à minha cidade. Curiosamente, vivi esta pertença nas férias quando ouvi as palavras de Rui Veloso no excelente concerto que deu na Fatacil. Na nossa pronúncia do norte - muito acentuada nele - perguntou: «Quem é que aqui é do Porto?»
Muitos foram aqueles que se manifestaram. Eu também (Rui Veloso é dos poucos que me consegue «pôr a mexer» - e pôs - num concerto). Com tantos portuenses a assistir, foi interessante a analogia do cantor:
«Somos como os chineses carago. Somos muitos e estamos em todo o lado.»
Pois é. Somos muitos e estamos em todo o lado. Nem que seja em espírito.
Como refere o último guia distribuído pelo jornal Expresso, «O Porto é um estado de espírito.»
É por isso que, tomando as palavras de uma canção de Sérgio Godinho - outro cantor portuense - podemos estar quase mortos no deserto ... mas temos o Porto aqui tão perto.
É este estado de espírito que vence o esquecimento; e foi este o tema da canção que se seguiu às palavras do cantor.
http://www.youtube.com/watch?v=Wy2wkORpplM
Esta canção assumiu, para mim, um significado muito pessoal nos dias que correm.
1 comentário:
O Porto é assim, faz-nos sentir em casa, especialmente quando se vem de sul porque se vê a cidade toda, e o brilho, mesmo que em alguns locais ao abandono...
Bem vindo a casa!
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